terça-feira, 5 de março de 2013

Entrevista com Carina Rissi

Carina Rissi, autora de Perdida e Procura-se um Marido, topou nos dar uma entrevista via e-mail. Logo que soubemos disso pedimos aos seus fãs que participassem. O resultado foi essa entrevista super legal e cheia de novidades. Esperamos que gostem!


 Olá Carina, obrigada por nos conceder essa entrevista. (Totalmente sem pressão e sem ameaças de sequestro... hihihi)
Hahahahahaha Eu que agradeço, meninas!




Vamos começar pela pergunta mais enviada pelos seus fãs:
BLE - Os seus leitores são fissurados em "Perdida", nós inclusive. Qual é a previsão de lançamento de "Perdida 2"? Você pode adiantar algo sobre o livro, uma fofoquinha básica?
Carina Rissi Antes de qualquer coisa, preciso agradecer ao carinho de todos. Esse apoio e incentivo incondicional me motivam a querer escrever cada vez mais e melhor. Muito obrigada de coração, galera!
Bom, eu ainda estou escrevendo o livro, então fica difícil apontar uma data. Devo terminar esse projeto em junho ou julho, se tudo correr bem, aí é com a editora, que é quem decide o momento certo de lançar o livro. Tenho esperanças de que o Perdida 2 saia ainda esse ano.
Não posso contar muito, porque eu ainda não sei como a história vai se desenrolar (bom, eu sei, mais ou menos, trabalhar com a Sofia é complicado, ela nunca age como que eu planejo). O que posso adiantar é que Perdida 2 começa exatamente onde termina o Perdida, com preparatórios para o casamento. Haverá novos personagens como a tia Cassandra, único parente vivo de Ian e Elisa que mora no Brasil, e os velhos amigos foram mantidos. A trama se desenrola a partir de um desses velhos personagens, e Elisa e Teodora serão o motivo de toda a confusão. Vou trabalhar com o grande medo de Sofia. Essa dúvida ficou rondado a cabeça dela (e a minha) por um bom tempo depois que conclui Perdida. Finalmente tenho a resposta e é isso que vou contar para vocês em breve.

 
Viviane Dias - Birigui/SP - De onde surgiu a ideia de um celular que viaja no tempo? E por que um celular?
CR Hahahahaha Achei que um celular era mais fácil de esconder que um carro (mais alguém aqui é fã de "De Volta Para o Futuro"?). Quando comecei a escrever Perdida, a Sofia já estava no século 19 e eu não fazia ideia de como ela tinha chegado lá. Então, numa conversa com uma das minhas melhores amigas no mundo, ela contou que tinha afogado seu celular numa privada. Eu achei genial e já comecei a ver a Sofia atrás de um novo aparelho e viajando no tempo.
 
Shayanne Limongi - São Paulo/SP - Você tem a intenção de reescrever a versão de "Perdida" sob perspectiva do Ian?
CR Não. Eu não me sentiria motivada a contar uma história que todo mundo já sabe como termina. Eu tenho algumas cenas de Perdida sob a ponto de vista do Ian (e de Elisa e até de Teodora), mas não passam de exercício de personagem, sabe? Para que eu pudesse entender o que estava acontecendo quando a Sofia não estava olhando. Depois do relançamento de Perdida pela Verus Editora pretendo postar algumas dessas cenas no meu blog.
 

BLE - Você se considera uma pessoa divertida? Porque, "Perdida" e "Procura-se um Marido" são extremamente engraçados. Como é o processo de criação para o gênero?
CR - Ai, acho que não sou divertida, não. Sou bem tímida na verdade.
Não sei bem como definir o processo de criação. Eu não penso em escrever algo engraçado, simplesmente sai. Sou péssima contadora de piadas, sempre estrago o final, então é bastante surpreendente quando alguém me diz que riu muito com uma das minhas histórias. Acho que sou a única pessoa que leu Perdida e tem vontade de chorar na cena da casinha. rsrs


Sandy Melo - Fortaleza/CE - Existe a possibilidade de vir "babys" por aí? Nem precisa dizer se é da Alicia, ou da Sofia, ou da próxima heroína Luna, só se vai ter "babys".
CR Sim, sim, sim! ;)

Leandro de Lira - Nova Iorque/NY - Qual foi sua principal inspiração para criar o Max?
CR Você vai acreditar se eu disser que eu não crio meus personagens de forma consciente? Eles meio que aparecem prontos, com rostos e personalidades e particularidades. Eu suspeito que o Max, em específico, tenha nascido da minha paixão pelo Sr. Darcy, mas não foi uma decisão consciente. Ele simplesmente estava ali.

 
BLE - Complementando a pergunta, você se inspira em pessoas reais para compor os personagens, ou eles são entidades que simplesmente surgem num surto criativo? Lemos que você é "assombrada" por Sofia às vezes.
CR Ah, a Sofia e agora o Dante estão me enlouquecendo...
Vou confessar que ás vezes eu me sinto uma fraude quando ouço alguém dizer "a Carina construiu personagens" ou "ela compôs os personagens" , porque na verdade eu não construí nem compus nada de propósito. É como ter amigos imaginários, sabe?  Eles simplesmente aparecem e são como são. Eu só escrevo o que vejo.



Aline Peneluppi - São José dos Campos /SP - Você pretende continuar "Procura-se um Marido" com o Max e Alicia como protagonistas, ou só na versão do Marcus, irmão do Max?
CR Eu ainda não sei. Estou namorando a ideia de uma sequência de Procura-se um Marido. É difícil me desligar da Alicia. De todas as minhas personagens, essa é uma das que mais amo. Vamos ver até onde ela vai, e se eu acreditar que a história é boa, pode ter certeza que vocês vão ter notícias.
Só uma correção, o spin-off de Procura-se um Marido não será na visão do Marcus. Ele será meu herói sim, mas o livro será narrado por Julia. Ela foi apresentada brevemente em Procura-se Um Marido (página 273). Mas sabe quando você olha para um personagem e simplesmente conhece a história dele e precisa contar para alguém? Foi assim que me senti quando a vi. Ela meio que brilhava rsrs.



BLE - Complementando a pergunta, você postou no seu perfil no Facebook, que certo dia estava no sofá tranquila e começou a pensar em situações novas entre a Alicia e o Max, que poderia vir a ser uma continuação de "Procura-se um Marido". Você pretende, no futuro, concretizar essa "visão"?
CR Eu realmente não sei. Vi algumas cenas (meio e final do que pode ser um livro) e fiquei superempolgada. Trabalhar com a Alicia é uma delícia, morro de saudades delas. Seria o máximo poder voltar para ela em breve, mas preciso pensar bem antes, ver se a trama tem fôlego para mais um livro. Já vi muito autor lançar sequências e estragar tudo. Não quero ser esse tipo de autora.


BLE - Você acabou de escrever "No Mundo da Luna", quando será lançado? Precisamos dele! Conta um pouquinho da história?
CR Estou revisando o texto, dando acabamento e brilho, para então enviá-lo a editora. Apesar de hoje estar em uma grande editora, o processo de seleção continua sendo o mesmo: minha obra é avaliada e pode ou não ser aceita. É obvio que eu espero ser aceita, mas a avaliação, as possíveis mudanças que possam surgir... tudo isso leva muito tempo. Muitos de vocês não devem estar habituados com o universo editorial, mas em média se trabalha com um ano de folga. Por isso eu não sei dizer exatamente quando ele será lançado. Além do mais, é preciso levar em consideração a estratégia de marketing da editora. Já fui sondada a respeito da sequência do Perdida (e do Procura-se Um Marido, aliás), a ordem em que esses livros serão lançados é uma decisão da editora, não minha.

Bom, o que eu posso adiantar sobre No Mundo Da Luna... Humm... Acho melhor deixar a sinopse para não dar spoiler rsrs.

"A vida de Luna está de cabeça para baixo. O namorado está de caso com a vizinha, seu carro passa mais tempo na oficina mecânica que com ela e seu emprego é uma droga.
Recém-formada em jornalismo, ela trabalha como recepcionista na renomada Fatos&Furos. Mas, em tempos de internet e notícias instantâneas, a revista enfrenta problemas financeiros e o quadro de funcionários acaba sendo reduzido.
É assim que a coluna do horóscopo semanal cai no colo de Luna. Embora não acredite em misticismo, forças ocultas, magia, e não tenha a menor ideia de como criar um mapa astral, ansiosa em dar o primeiro passo para se tornar a jornalista que sempre sonhou, ela aceita o desafio sem pestanejar. Afinal, quão complicado pode ser?
Luna não desconfia das confusões que o futuro lhe reserva. Dentre elas, uma arrebatadora e irresistível paixão que mudará sua vida para sempre. A história de amor perfeita... Se não fosse com o homem errado."

 
BLE - Nós lemos que você tem um projeto de um romance sobrenatural intitulado provisoriamente de "Luz na escuridão", com princesa, guerreiro irlandês e bruxas. Você pode contar mais um pouquinho sobre esse projeto? Ele é seu próximo projeto da lista?
CR - Não tenho certeza se posso classificá-lo como sobrenatural, ele segue a linha do Perdida, mais fantasioso, um conto de fadas mas com um pé no chão. Eu embasei parte da trama em fatos reais da Ilha Esmeralda, fiz muitas pesquisas sobre a história e mitologia da cultura celta e o resultado me agradou demais.
Ainda não sei bem como vou chamá-lo. Luz na Escuridão tem muito a ver, mas achei dark demais para o tipo de literatura que escrevo. Aí pensei em “Até você chegar” ou “Enquanto você não vem”, mas não me decidi ainda. Por enquanto chamo de “meu irlandês” mesmo. Trabalhei com duas tramas paralelas nesse livro que acabam se entrelaçando em algum momento, e dois períodos diferentes. A história é narrada pela brasileira Briana na maior parte do tempo, uma garota cheia de problemas que tem sonhos muito estranhos e igualmente reais desde a infância com um cara que não existe. Ou ao menos era o que ela pensava.  

 


Shirlei Ramos - São Paulo/SP - Você já acordou de madrugada no meio de um "surto criativo" e teve que levantar correndo para colocar tudo no papel (ou computador) por medo de esquecer?
CR Ô! Tantas vezes que já perdi as contas! Mas não corro para o computador nem anoto no papel. Uso o aplicativo de texto do celular mesmo. Às vezes escrevo capítulos inteiros nele e depois envio para o meu e-mail e uno ao arquivo original. A Sofia é uma das que mais me dá trabalho na madrugada. Sempre foi assim com ela rsrs.


Fabiola Luz- Toledo/PR - Qual foi o local mais inusitado que você teve uma ideia pro seu livro?
CR Nossa, essa é difícil. Não sei porque mas quando estou no banho parece que meu lado criativo aflora. Vivo correndo embrulhada na toalha em busca do meu celular para anotar as cenas ou a ideia que tive. Mas acho que a mais esquisita mesmo foi quando eu estava no consultório médico, estava tocando uma música da Adele (a culpada por "meu irlandês" existir) enquanto eu esperava o médico me examinar. Aí ele entrou na sala e começou a me fazer perguntas, mas eu estava bem no meio do "filme" e queria dizer a ele "Peraí, caramba! Fica quieto, me deixa ver como isso termina", mas tive que ligar o pause e adiar o desfecho até o fim da consulta.



BLE - Complementando as perguntas, vimos em algum lugar, nos corrija se estivermos erradas, que você escreveu algumas partes de Perdida em um celular, verdade?
CR Sim, é verdade. Eu não havia planejado escrever um livro. Usei o app de texto do celular só para ver o que acontecia. Acabei escrevendo muito mais do que o aplicativo suportava, mais ou menos os primeiros 6 capítulos de Perdida. Quando meu celular começou a dar pau foi que percebi que precisava de um computador se quisesse continuar com a brincadeira. E continuei =)



Daniele Nhasser, autora de "Amor, és Real"- Capão Bonito/ SP - Qual foi sua maior dificuldade para a publicação do livro? E como venceu os obstáculos?
CR Acho que a maior dificuldade foi ser lida pelos editores. Mandei meu original para diversas editoras. Algumas me responderam um enorme NÃO, outras nem mesmo isso. Eu entendo a posição das editoras, há um custo alto no lançamento de uma obra, então é preciso ter cuidado com o que será lançando, porém, como um autor pode ser conhecido e apresentado aos leitores se ele não consegue mostrar seu trabalho a ninguém? Eu sou teimosa e com a ajuda do meu marido (que assumiu o cargo de agente e tomou as rédeas da minha carreira) continuamos tentando encontrar um espacinho até que a Verus olhou para mim.



BLE - Já sabemos que você gosta de Jane Austen, Marian Keyes e Nora Roberts, tem algum escritor recente que lhe chamou a atenção?
CR Tem sim! Conheci o trabalho da Judith McNaught há pouco tempo e me encantei.

Li Fazendo meu Filme da Paula Pimenta tem uns meses e, caramba, eu fiquei louca por ela. É como uma Meg Cabot com gostinho de pão de queijo, sabe? Ela é incrível! Uma delícia de ler, virei fã na hora!
E, nessa semana, me encantei com a escrita de Devan Sipher (autor de Um Romântico Incorrigível). Nunca tinha lido um chick lit (meu gênero favorito) do ponto de vista de um homem. Foi amor à primeira lida.


Maria Avila - Manaus /AM - Há quanto tempo você escreve?
CR Comecei a escrever em 2010. Eu queria ser jornalista, mas minha vida tomou outro rumo e esse sonho ficou para trás. Nunca sonhei em me tornar escritora, foi mesmo por acaso.



Maria Avila -  Manaus/AM - Voce se identifica com seus personagens femininos?
CR Algumas vezes. Cada um dos meus personagens tem um pouco de mim (até os masculinos, eu acho). Eu acredito que é normal, já eles habitam o meu inconsciente. A Sofia, por exemplo, sofre com o cabelo como eu. A Alicia tem medo de insetos e eu também. A Luna tem neuras com o peso e eu... ai, melhor nem falar disso agora. Cada uma, a seu modo, tem algo meu, de uma amiga, da vizinha. Talvez seja isso que as torne tão reais para mim.



BLE - Você aderiu a tecnologia? Tem um E-Reader? Seus livros serão lançados em e-book?
CR Tenho um iPad, mas não curto muito. Uso mais para ler aqueles livros que ainda não foram lançados no Brasil ou revisar os meus. A Amazon tem preços bacanas para e-books, e sempre compro alguns lá mas, eu sei lá, não parece um livro se não posso tocar, cheirar, dobrar a orelha das página de minhas cena favorita.

Em meus contratos constam clausulas a respeito de venda de e-books, provavelmente eles serão lançados nesse formato, só não sei quando ainda.

BLE - O que você acha dessa onda de livros eróticos, você leu algum?
CR Qualquer onda literária tem meu apoio total. Desde que leve a pessoa a ler um livro, não importa qual gênero, é sempre maravilhoso. Eu leio de tudo (ah, não é verdade. Não leio autoajuda. Simplesmente não rola), e já li vários eróticos, antes mesmo de entrarem na moda, mas prefiro os mais docinhos, onde sexo é consequência de uma história de amor e não o ponto principal.



BLE - O primeiro livro que eu (Joice) li foi "De onde viemos? - Explicando ás Crianças os Fatos da Vida sem Absurdos", por conta daquelas perguntinhas que eu estava fazendo na época. E eu (Camila) li "A Turma da Rua Quinze" da coleção Vagalume. Qual foi o primeiro livro que você leu?
CR O primeiro livro que eu me lembro é Maneco Caneco Chapéu de Funil, do Luis Camargo. Eu devia ter uns seis ou sete anos e amava aquele livro. Andava para cima e para baixo com ele debaixo do braço e não queria emprestar para ninguém (a bookaholic egoísta em mim é bem velhinha rsrs).



BLE - O que você fazia antes de ser escritora? Você tem outro trabalho paralelo?
CR- Fui funcionária pública, mas larguei tudo para viver meu "felizes para sempre". Pouco depois fiquei grávida e me dediquei inteiramente a minha filha e meu marido até me descobrir escritora, quase três anos atrás.


BLE - Você vai à Bienal no Rio? Nós vamos!
CR Ai, que inveja! A Record (grupo editorial ao qual a Verus pertence) tem um catálogo de autores imenso, e não me passaram nada até agora, mas estou torcendo para poder estar presente nessa festa literária junto com vocês.


BLE - E para finalizar, quais são seus livros preferidos?
CR A lista é gigantesca! Orgulho e Preconceito, Jane Austen, é o primeirão, sempre. Amo também Tem Alguém Aí? e Férias, da Marian Keyes, Feliz Ano Velho, Marcelo Rubens Paiva, Casamento de Conveniência, Georgette Heyer, Menina de Vinte, da Sophie Kinsella, O Diário de Bridget Jones, Helen Fielding, Fazendo Meu Filme, da Paula Pimenta e a séria Academia de Vampiros (culpa de um certo russo), da Richelle Mead.



Obrigada Carina pela atenção e pelo apoio, e aos seus fãs pela participação nessa entrevista.
CR Eu que agradeço, meninas, pelo apoio, pela torcida, pelo carinho que recebo todos os dias. Vocês moram no meu coração e é por vocês que me empenho tanto e tento fazer sempre o meu melhor. =)


Joice Dantas e Camila Vettori

4 comentários:

  1. Amei a entrevista! É tão bom saber mais sobre autor que a gente ama. Muito obrigada por responder à minha pergunta, Carina <3

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  2. A palavra correta para definir o que foi essa entrevista não se encontra no dicionario ...

    Esta muito bom meninas , eu amei cada linha .
    Carina sou sua fã e conhecer mais um pouco sobre voce e seu trabalho , foi maravilhoso .

    Sucesso .

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  3. Amei a entrevista.
    Sou apaixonada pela maneira de escrever de Carina, do modo de nos apresentar os personagens e suas histórias.
    Foi maravilhoso poder conhecer um pouquinho mais dessa autora tão talentosa e simpática.
    Aguardando ansiosa pelos próximos sucessos!

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  4. Simplesmente amei essa entrevista :) consegui ficar mais fã ainda da Carina Rissi (se isso for possível rsrs)
    E estou super ansiosa para Perdida 2 .

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